O principal intuito de discutir a respeito de Responsabilidade Social Empresarial em pleno século XXI não é buscar reinventar conceitos, tampouco somente citar o que já fora estudado até o presente. Se faz necessário ampliar a visão com que esta temática é analisada, bem como principalmente relacionar seus objetivos com sua real prática e atuação frente à sociedade e às empresas praticantes da mesma.
Analisar quais são os interesses de empresas que praticam a responsabilidade social e as possibilidades de retorno com as ações realizadas se torna ponto importante para que não se deixe de contextualizar em meio ao ambiente organizacional e a globalização mundial quais são os verdadeiros itens que envolvem a todos dentro de seus interesses.
A responsabilidade social necessita ser entendida em toda a sua complexidade, bem como é necessário repensar em como está sendo realizada pelas empresas e como está sendo recebidas pelos beneficiados (diretos e indiretos) das ações realizadas.
Verificando quão abrangente vem se tornando este tema, Álvares, Katz e Goldberg apontam itens que vem sendo discutidos nos últimos tempos:
Na última década, cresceu a exposição na mídia, nos fóruns empresariais, no setor público e no terceiro setor, de termos como responsabilidade social empresarial, investimento social privado, cidadania corporativa, atuação social, marketing social, sustentabilidade, entre outros, tentando abarcar conceitos que deem base para o crescente investimento das empresas em projetos sociais internos e externos. (2005, p. 265-266)
Não mais as organizações se preocupam com ações puramente internas, nas quais somente seus colaboradores são beneficiados, sendo que há a preocupação com o meio em que a empresa está inserida, bem como em relação à comunidade envolvida direta e indiretamente, mas sim há a necessidade de fazer com que muitas de suas ações visem também outros importantes pontos.
Quando os autores citam que a repercussão de termos tem se apresentado maiores na última década, aí também podemos perceber que preocupações importantes com o mundo de uma maneira geral e com a sociedade, além de gerarem pensamentos, geram ações que buscam resultados positivos e expressivos.
Falar em itens como responsabilidade social e sustentabilidade são relativamente novos especialmente no Brasil, porém são necessidades surgidas há muitos anos devido a diversos fatores que envolveram especialmente a preocupação única do lucro acima de qualquer item. Atualmente há a relevância da discussão destes pontos em organizações que atuam em qualquer segmento mercadológico, ou social, ou ainda governamental.
Tais pontos se dão especificamente porque a sociedade-cliente tem buscado, de diversas maneiras, cobrar de seus fornecedores mobilizações neste sentido. Citar a responsabilidade social empresarial neste contexto se torna acertado partindo da premissa que as ações efetivadas pelas empresas geram respostas diretas na comunidade em que estas atuam.
Poder verificar quais são as atitudes tomadas pelas organizações frente a diversos problemas encontrados atualmente na sociedade, gera satisfação se observado pelo ponto de vista de que não somente o lucro é visualizado, mas também as possibilidades de melhorar o meio em que as pessoas vivem e como fazer para auxiliá-las na melhora da qualidade de vida.
Referência bibliográfica: ALVARES, Eliane; KATZ, Evelyn; GOLDBERG, Ruth. Responsabilidade Social Empresarial: Modismo ou Modelo de Gestão? In VÁRIOS AUTORES. Construindo a cidadania: ações e reflexões sobre empreendedorismo e gestão social. Organizadoras Rosa Maria Fischer e Elidia Maria Novaes. São Paulo: CEATS FIA, 2005.
